Testículo Criptorquídico

Os testículos são formados dentro do abdome. Na maioria dos meninos, eles descem até a bolsa escrotal, através de um canal na musculatura chamado anel inguinal, antes do nascimento (por volta da 32º a 36º semana de gestação). Mesmo após o nascimento, alguns testículos que não desceram completamente até sua posição normal na bolsa escrotal, o farão até os quatro meses de idade. Quando um testículo não está na bolsa escrotal até os seis meses, a possibilidade que ele desça espontaneamente é baixa. Esse testículo é denominado não descido ou criptorquídico. Já o testículo retrátil desce normalmente para a bolsa escrotal, mas devido a uma hipertrofia e hiperexcitabilidade do músculo da bolsa escrotal, permanece em grande parte do tempo em uma posição alta. é uma condição benigna e transitória, que na maioria dos casos, não requer tratamento. Já um testículo criptorquídico demanda cirurgia, denominada “orquidopexia”, para posicioná-lo na bolsa escrotal.
Recolocar este testículo em sua posição correta traz implicações importantes para a vida futura em termos de fertilidade. A temperatura na bolsa escrotal é menor que dentro do abdome. Para a produção de espermatozoides no testículo é necessário que este fique em um ambiente de menor temperatura corpórea existente na bolsa escrotal. Portanto, trazer esse testículo para a bolsa escrotal na infância faz com que haja um aumento da qualidade da produção do sêmen e a fertilidade ao longo da vida.
Outro ponto muito importante é que indivíduos com testículos criptorquídicos têm uma maior chance de desenvolver câncer mais tarde. Quando o testículo está na bolsa escrotal, ou seja, em seu local apropriado, possibilita o autoexame do testículo e a detecção precoce do câncer de testículo.
Testículos cripitorquídicos podem também estar associados com hérnia. Daí, mais uma vez, a importância de operá-lo. Além disso, um testículo que permanece no abdome possui uma chance maior de sofrer uma torção com prejuízo de seu suprimento sanguíneo, levando a um quadro de abdome agudo semelhante a apendicite. Sem contar a questão estética da ausência de um testículo.

O ideal é que a cirurgia, denominada orquidopexia, seja feita após os seis meses de idade da criança, e antes dos 4 anos. Alguns estudos apontam até os 2 anos de idade, pois se até este período o testículo não desceu é muito pouco provável que isto ocorra.O procedimento cirúrgico é feito por meio de uma pequena incisão na virilha do menino, localização, liberação e fixação do testículo na bolsa escrotal. Em muitos meninos, quando o testículo não pode ser palpado fora do abdome, a laparoscopia pode ser empregada. A laparoscopia consiste em passar-se uma pequena câmera com luz até o interior da cavidade abdominal por uma pequena incisão no abdome e eventualmente outras pinças especiais, para a localização do testículo criptorquídico. Se o mesmo é encontrado (alguns testículos estão ausentes), a laparoscopia é utilizada para trazer o testículo até a bolsa escrotal.