Câncer de bexiga
Diagnóstico, sintomas, tratamentos e cirurigias
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deverá ter cerca de 9.480 novos casos de câncer de bexiga em 2018, sendo 6.690 em homens e 2.790 em mulheres em 2018. Foram registradas no País, em 2013 segunda a SIM, 3.642 mortes, sendo 2.542 homens e 1.099 mulheres por conta deste tipo de câncer. Entre os tumores urológicos, o câncer de bexiga é o segundo tipo de câncer mais frequente nos homens. As mulheres também podem ser acometidas pelo câncer de bexiga, porém a incidência em homens é 3 a 5 vezes maior que na população feminina. A manifestação desse tipo de neoplasia aumenta com a idade, sendo que menos de 1% dos casos surgem em indivíduos abaixo dos 40 anos de idade.
O principal fator externo de risco para o câncer de bexiga é o tabagismo. Aqueles que fumam têm até cinco vezes mais chance de desenvolver câncer de bexiga do que pessoas que nunca fumaram. Fumos industriais contendo aminas aromáticas e benzenos também promovem irritação crônica na mucosa vesical ao serem eliminados pela urina, pois entram em contato com a parede interna da bexiga.
O aparecimento do câncer de bexiga ocorre por conta de alterações no DNA celular, levando algumas células a começarem um processo de proliferação desordenado e incontrolável. Quanto maior for o grau de alteração dessa célula, mais rápido será o desenvolvimento do tumor e maior será a sua malignidade. Os tumores de bexiga podem ser divididos em superficiais e invasivos. Os tumores superficiais são restritos à luz da bexiga, já os tumores invasivos, invadem a parede muscular da bexiga. Esses últimos são mais agressivos. O tratamento é baseado no grau de malignidade do tumor, na presença ou não de invasão da musculatura da bexiga e na presença ou não de metástases.
Entre 70-80% dos pacientes com tumor de bexiga apresentam hematúria (sangue na urina), na fase inicial da doença. Aproximadamente, 20% dos pacientes têm, no começo, sintomas relacionados com a micção, como dor durante o ato de urinar, mas sem conseguir fazê-lo. Vale observar que estes sintomas também estão relacionados a outros sintomas do aparelho urinário.
O diagnóstico do câncer de bexiga pode ser feito por meio de exames de urina e de imagens, como tomografia computadorizada e citoscopia (investigação interna da bexiga por um instrumento dotado de câmera). Durante a citoscopia, podem ser retiradas células para biópsia e até mesmo todo o tumor.
Uma vez detectado o câncer de bexiga, nos casos onde não há metástase, ou seja, tumor localizado apenas na bexiga, o tratamento é localizado e consiste na cistectomia parcial, ou seja, a enucleação, a céu aberto da parte acometida pelo tumor, ou a ressecção endoscópica do tumor até aparecer tecido são e posteriormente imunoterapia vesical.
Por outro lado, nos casos onde existe invasão muscular, há necessidade de remoção mais extensa da lesão. Em geral, realiza-se uma cirurgia para remoção de todo o órgão, conhecida como cistectomia radical. Depois da retirada da bexiga, é possível fazer a construção de uma neo-bexiga com alça intestinal para substituir a bexiga original.
A prevenção deste tipo de câncer engloba uma dieta rica em frutas, legumes e verduras e pobre em gorduras, principalmente as de origem animal, hábitos de vida saudável, não fumar e, se tiver casos familiares desta doença, ou ser trabalhador exposto a agentes carcinogênicos, procurar um urologista para exames de controle rotineiros preventivos.